quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

A CONTEMPLAÇÃO DO OLHAR DO ESPECTADOR ATRAVÉS DAS OBRAS CALEDOSCÓPICAS DE OLAFUR ELIASSON

         JORGEANA AUGUSTO MENEZES



A CONTEMPLAÇÃO DO OLHAR DO ESPECTADOR

ATRAVÉS DAS OBRAS CALEDOSCÓPICAS DE OLAFUR ELIASSON




Área de concentração: Teorias da Arte

Linha de pesquisa: Estudo dos Processos Artísticos

Corpo docente do PPGA-UFF: Luiz Guilherme Vergara



RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo o aprofundamento dos estudos das perspectivas mecânicas das obras de Olafur Eliasson, relacionadas às instalações em movimento e a interação destas com espectador de suas exposições. A arte diferenciada da mimese de outros artistas contemporâneos, pois o artista em questão realiza experimentos de sensações e possibilita visões poéticas aos observadores de suas obras, usando sempre instalações, em uma exuberante contemplação de quem participa do evento em conjunto com as esculturas ou instalações expostas, devido ao movimento de sintonia que ocorre da iluminação, cor, fenômenos visuais, físicos e atmosféricos com a visão. Os resultados deste fenômeno através de figuras em constante movimento facilitam a interpretação e aceitação da vida e o mundo contemporâneo. A característica semiótica de Eliasson ao se expressar, nos dá oportunidade de ver o mundo da forma como nos é conveniente, de acordo com nosso momento e nossas vivências. Eliasson faz uma associação de suas obras à caleidoscópios de idéias, ao qual a perspectiva usada, funciona como uma janela aberta, criando variados tipos de ilusão de ótica, que representam harmonia e equilíbrio que vai dos ideais renascentistas ao cubismo, buscando disseminar o olhar do mundo real.


Palavras chave: Fenômenos, visão, movimento

                   


                                               


SUMÁRIO 


1. INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO .............................................  3

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA  ...........................................................................  4

3. OBJETIVO GERAL .................................................................................................  5

3.1 ESPECÍFICOS .......................................................................................................   6 

4. JUSTIFICATIVA .....................................................................................................   7

5. METODOLOGIA .....................................................................................................   8

6. CRONOGRAMA .....................................................................................................    9

7. REFERÊNCIAS ......................................................................................................   10

























1 – INTRODUÇÃO

Olafur nasceu em 1967 é dinamarquês e islandês. Atualmente mora em Berlim e Copenhagen. 

Suas obras ganharam prestígio internacional devido aos seus estudos sobre a relação entre a obra e o espectador, onde faz um trabalho único e incrível de ilusão de ótica, com elaboração científica, juntamente com engenharia. Essa construção de obras mecânicas que se movem e criam efeitos de caleidoscópio em movimento. E por causar este impacto de beleza exuberante, podemos comparar suas técnicas arquitetônicas às renascentistas, e também ao cubismo. 

Eliasson cria da fotografia à instalação, escultura e, recentemente, ao filme, denominadas pelo artista como “configurações experimentais”, com o uso de questões sensoriais e de percepção do mundo em uma construção que sempre parte de nós mesmos, e com isso percebemos que o artista coloca o espectador como parte do processo de significação da obra com uma visível aproximação dos signos, a partir da ordinariedade de uma câmera, a intimidade excessiva com a existência urbana. (VIANNA, 2013). 

O artista surpreende as noções das mimeses nas artes plásticas, onde de certa forma, ficou fácil se tornar um artista, caracterizada por uma incansável exploração dos nossos modos de perceber, onde seu objetivo primordial é tornar totalmente acessível ao espectador a examinação das condições de nossa percepção através das vivências de cada um, assim, e nos impulsiona à diferente forma de estar e agir no mundo; levando em conta nossos sentimentos e ações, na visão tanto da arte, como do cidadão que somos.

Olafur, sem que seja necessário explicar sua obra coloca-se em evidência por tornar suas exposições um verdadeiro espetáculo de sensações ao espectador que assiste e tira suas próprias conclusões e experimenta diferentes invenções.

Mas é importante ressaltar que ainda existem questionamentos sobre a arte contemporânea. E pinião de Taylor a  arte contempor: “O conhecimento do mundo da arte está relacionado à hierarquia social, e que ter tal conhecimento significa ser excluído dos grupos que detêm poder e status”. (TAYLOR, 2005,31).

 

Algumas de suas exposições individuais e projetos recentes são:Little Sun, Tate Modern, Londres (2012); Your rainbow panorama, ARoS Aarhus Kunstmuseum, Aarhus, Dinamarca (2011); Seu corpo da obra (Your body of work) SESC Pompéia, SESC Belenzinho e Pinacoteca do Estado de São Paulo (2011); Innen Stadt Außen, Martin-Gropius-Bau, Berlin, Alemanha (2010);Your chance encounter, 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa, Japão (2009-10); Take your time: Olafur Eliasson, SFMOMA (2007) e MoMA, Nova York (2008). Atualmente participa da Sharjah Biennial. Disponível em: http://www.olafureliasson.net/works.html/  (acesso em 01/06/2014)

2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


As obras e a sistematização do conhecimento do movimento de luz e cor.


2.1- A perspectiva da luz ou escuridão:


Nas obras do artista, o mundo é criado com diferentes iluminações, ou escuridão, e quando não estão em movimento, nos passam esta impressão. Com isso o espectador interpreta o material disponibilizado, que se depara aos espaços, que ganham vida com uma série de sombras em movimento, numa escala de tons variados, que possibilitam sombras sobrepostas, criando uma espécie de coreografia.

A perspectiva de iluminação funciona como uma janela, aberta ou fechada, criando a ilusão de profundidade, permitindo ao observador imaginar da forma que lhe convém no momento.


2.2 – Movimento das cores e formas:


São expostos objetos de variadas formas alguns vazados, muitas vezes coloridos, que giram até sincronizarem em um plano contínuo perfeito. Ocorre a projeção de sólidos sobre determinada superfície no na sala de exposição, em rotação. Essas obras convidam o espectador a experimentar o espaço, forma a observar o seu mecanismo.

     Outra forma do artista apresentar suas obras é suspendendo-as ou não, composta por uma série materiais com filtros coloridos, assim como ocorre nos caleidoscópios, onde a nossa ação altera nossa percepção do mundo.


2.3 – Recriando a arquitetura do Renascimento ao Cubismo: 

 

Podemos dizer que as técnicas de Eliasson se assemelham às de Leonardo da Vinci, devido às suas descobertas e invenções técnicas e científicas, onde o espectador é convidado a engajar-se com objetos experimentais resultantes da pesquisa com instrumentos científicos, resultando no efeito tridimensional, com um estímulo neurológico que proporciona uma experiência alterada do espaço. A inquietação visual do interior revela-se a um olhar mais atento pelas frestas da superfície.




3 – OBJETIVO GERAL


Pesquisar, observar e relatar a trajetória de expressividade do ser humano e a apropriação do seu entorno cultural, ressaltando a apreciação e reflexão do fazer, leitura desses fazer, e sua inserção no tempo, articuladas às dimensões artística e estética da Arte na visão sistemática com o conhecimento por meio de práticas significativas representadas em atividades que procuram desenvolver as percepções, relacionadas à poética do cotidiano. Mobilizando e sensibilizando o expectador para a fruição e construção, possibilitando adquirir novas descobertas, usando situações de certa forma lúdicas com as linguagens da arte, realizando pesquisas em diferentes modos de produção de arte de Olafiur Aliasson, facilitando o compreendimento dos elementos estéticos de obras com o mesmo perfil.

Agamben (2009, p. 72) traça suas definições sobre a contemporaneidade, lembrando que [...] contemporâneo não é apenas aquele que, percebendo o escuro do presente, nele apreende a resoluta luz; é também aquele que, dividindo e interpolando o tempo, está à altura de transformá-lo e de colocá-lo em relação com os outros tempos, de nele ler de modo inédito a história, de citá-la segundo uma necessidade que não provém de maneira nenhuma do seu arbítrio, mas de uma exigência à qual ele não pode responder. É como se aquela invisível luz, que é o escuro do presente, projetasse a sua sombra sobre o passado, e este, tocado por esse facho de sombra, adquirisse a capacidade de responder às trevas do agora.


Portanto este projeto busca redimensionar um paralelo entre o artista, o expectador e a obra, através de comparações com outros tempos da história da Arte, levando-nos a compreender o sentido da Arte através de obras que nos proporcionam percorrer a partir da percepção de uma experiência do mundo interior, com o mundo exterior de nossas necessidades, pensamentos, emoções, sendo constantes ou passageiras, não só na realização do artista, mas também a interpretação do espectador que contribui para dar sentido à experiência estética. (MOTTA, 2008)






3.1 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS


- Enriquecer os conhecimentos dos elementos básicos ou contextos formais (recursos expressivos), através de linhas, volumes e superfícies, cores, dando forma a uma imagem; 

- Pesquisar sobre os elementos secundários ou contextos intelectuais, organizados em determinado contexto, onde os elementos básicos adquirem um sentido compositivo como ritmo, equilíbrio, profundidade;

- Investigar sobre os elementos vivenciais referentes à localização no tempo histórico e no espaço, o tema, o motivo os significados, a crítica e a estética das obras do artista;

- Estimular a compreensão das entrelinhas e das mensagens implícitas na obra;

- Valorizar as sensações relacionadas a estes elementos, facilitando assim a compreensão da adaptação do artista;

- Acompanhar as diversificações materiais, tendências, estéticas, e as produções históricas do ser humano;

- Explicar como ocorre nossa intervenção na construção de cada obra produzida, por meio dos aspectos cognitivos, perceptivos, criativos e expressivos na linguagem visual;

- Relacionar a arquitetura contemporânea usada por Olafur com a do renascimento ao cubismo;

- Analisar esses aspectos que interagem constantemente, usando os sentidos e a significação de sua forma e da composição, relacionadas às nossas vivências e percepções em um diálogo com o mundo;

- Valorizar as características gerais do estilo aplicado pelo artista por meio da leitura das obras.














4 – JUSTIFICATIVA


Olafur Eliasson tornou-se estrondosamente conhecido no cenário internacional das artes ao usar em suas obras construções cada vez mais complexas e cheias de efeitos. A idéia é fazer uma viagem completa em um jogo de cores, para observar, como eles se misturam e se transformam entre si, através de ações e intervenções, cria relações entre o espaço da arte e o espaço urbano, trilhando um novo caminho. E em sua zona de conflito afirma: “No meu entender, uma obra de arte está essencialmente ligada à seu ambiente, ao tempo presente, à sociedade e às determinantes culturais e geográficas”.( ELIASSON, 2012)

Segundo Agamben (2009), as obras são produzidas especialmente para a educação do olhar do espectador, e a partir dessa forma de expor, Eliasson faz com que o visitante entre em contato com a proposta planejada, onde expande ou aprofunda o conhecimento sobre o assunto em questão. Por isso, essas produções em que o espectador interage e vive a obra causam mais curiosidade do que uma obra estática, onde a única sensação disponibilizada e de observar, que além de terem um papel de facilitador de estudos dos sentidos, possibilita aos visitantes de suas exposições, “desvendar o ser” (SANT’ ANNA, 2007.), o agir de forma prazerosa, ocorrendo assim, um forte diálogo entre todos os componentes, desde o espectador até a obra, e este se vê como sujeito ativo nesses projetos e não um mero receptor, observador de obras. 

Assim, observamos que suas obras são dialógicas, capaz de que seja dada a importância de interação entre espectador, obra e mundo e que não pretende se restringir às paredes do museu nem às convenções que reinam ali dentro. Podemos explorar de forma descontraída, o sentimento de reflexos das transformações na sociedade em que vivemos nos possibilitando “fugir” da realidade, imaginar modificações importantes que planejamos ter no nosso cotidiano, de acordo com nossas vivências e aproveitar as oportunidades que a arte nos dá de sentir e expressar o sentir, sem medo em suas obras através de mecanismos eletrônicos ou simplesmente de luz para sairmos do que é denominado de real. Para isso experimentou por um longo tempo um total de 22 instalações e objetos, transformando os museus em que expunha em um percurso de experiências, que possibilitam aos visitantes de suas exposições serem transportados para um caleidoscópio de dimensões enormes para a ilusão de ótica, onde se perdem em espaços, em que as experiências de orientação das quais o observador se lembra, não serve mais para nada.





5 – METODODLOGIA


Serão realizadas leituras, e releituras das obras de Olafur Eliasson, no geral. As sensações desencadeadas durante as exposições, e em que essas oportunidades contribuem para uma visão mais harmônica do mundo. 

Serão feitos estudos de casos e pesquisa bibliográfica, com o objetivo de entender como acontece a articulação das obras do artista com o espectador e o mundo em todas as épocas até os dias de hoje. E assim será possível comparar os estilos destas obras, observando as semelhanças e as diferenças entre cada obra de arte, onde serão feitos registros e conclusões referentes a estes, sobre os estilos de Arte em comparação com a arte de Eliasson.Através de relatos, e pesquisas bibliográficas será possível provar a importância que perspectiva em Arte tem em nossas vidas e como estas experiências usadas desde o Renascimento são relacionadas à contemporaneidade. 

A pesquisa tem a finalidade de mostrar que as técnicas utilizadas em exposições por Eliasson e até mesmo estudos produzidos pelo próprio, constituem uma oportunidade diferenciada e não intencional, de ver e sentir o mundo. (LEMINSKI, 1986).  E que instalações (obras de arte em movimento), mesmo que fixadas a um determinado local, oferecem mais margens à imaginação. E proporcionam vantagens à tipos de artes estáticas. E seguindo este propósito, será possível ter acesso a noções de arquitetura.

Os estudos serão realizados sempre respeitando as particularidades de experimentar, investigar, instigar e avaliar cada obra de acordo com a visão do público e suas vivências.















6 – CRONOGRAMA

Etapas/ Meses:

Março Abril

Maio

2023

Junho

Julho

Agosto

2023

Setembro

Outubro

Novembro

2023

Dezembro

Janeiro

Fevereiro

2023

Março Abril Maio 2023

Junho

Julho

Agosto

2023

Setembro

Outubro

Novembro

2023

Dezembro Janeiro

Fevereiro

2023


1. Levantamento e revisão da bibliografia

 









2. Aprofundamento do referencial teórico









3. Precisar os objetivos específicos da pesquisa de campo









4. Preparação dos instrumentos da pesquisa de campo (questionários)









5. Implementação da pesquisa de campo (Entrega dos questionários aos participantes da pesquisa)









6. Análise dos dados da pesquisa de campo  










7. Tabulação dos dados obtidos (questionário)










8. Analise teórica e síntese dos dados coletados










9. Redação do Texto 










10. Apresentação e defesa da Dissertação










7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

-TAYLOR, Roger L. Arte, inimiga do povo. São Paulo: Conrad, (1978) 2005. 

-VIANNA JÚNIOR, Hermano Paes. O Baile Funk Carioca: Festas e Estilos de Vida Metropolitanos. (dissertação de mestrado) Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ, 1987.Monteiro, R. H. e Rocha, C. (Orgs.). Anais do VI Seminário Nacional de Pesquisa em Arte e Cultura Visual Goiânia-GO: UFG, FAV, 2013.

-AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.

-MARTINS, Miriam Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. A língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FCT, 1998.

-SANT’ ANNA, Renata. Histórias da Arte. São Paulo: Globo,2007.

-KOLODY, Helena. Hélio Leites. In:  JUSTINO, Maria José (Org.). Passeio pela pintura paranaense. Curitiba: UFPR,2002.

-LEMINSKI, Paulo. O significador de significâncias. Correio de Notícias, Curitiba, 23 mar. 1986.

-GRAU, Oliver – “Arte Virtual: da ilusão à imersão”, Editora UNESP/SENAC, São 

Paulo, 2007. ISBN 978-85-7139-739-2 (UNESP)

Sites visitados:

http://www.fortesvilaca.com.br/ (acesso em 12/05/2014)

http://www.fortesvilaca.com.br/artistas/olafur-eliasson/ (acesso em 01/06/2014)

http://www.olafureliasson.net/works.html/  (acesso em 01/06/2014)

http://www.goethe.de/ins/br/lp/kul/dub/bku/pt7202356.htm/ (acesso em 25/09/2014)




quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Arte com amor by Jo Menezes

Praias Californianas
Acrílica sobre tela
40 x 30





                                                                          Xilogravura
                                                                   Nanquim sobre tela
                                                                            60 X 50